domingo, 23 de julho de 2017

Desabafo: Isso não é um texto bonito

Esse texto é só um dos meus inúmeros desabafos. Só quis deixar aqui para que ALGUÉM leia isso. Não necessariamente para quem enviei esse texto. Então, se quiserem passar para outro texto entenderei. Até mais.


"Recentemente eu perdi minha cachorrinha menor a Kelly, então eu me prometi que mandaria esse texto para você. Pois queria deixar bem claro como estou me sentindo depois daquele dia em que me falou o que sentia por aquele cara do 14 Bis (ou 12 Bis, sei lá).
Eu fiquei triste demais. E agora noto que estava triste por uma pessoa que não me merece. Vou colocar isso de um modo que fique bem claro isso. Quando eu terminei nosso relacionamento por medo e fraqueza minha, acredite, eu sofri demais. Pois sabia que estava lhe magoando. Não foi a primeira vez que isso ocorria. Ao envelhecer, tanto física quanto mentalmente, eu aprendi que devo me colocar no lugar da pessoa ao qual estou fazendo o mal. Não por querer sofre, ou desejar estar certo. Pois quase nunca tudo dá certo. Mas por ser certo e decente. E gentil! Apenas isso... Gentil! Talvez não exista sentido nenhum nisso. Só que o melhor que posso fazer por alguém que amo.
E não sinto que fez isso ao pensar que poderia falar comigo sobre o amor para outra pessoa. Caramba! Ainda estava claro para qualquer um que eu te amava ainda. Na última vez que lhe vi eu lhe beijei! Eu sentia desejo por você! Sentia atração! E amor! Praga! Eu sentia amor tão forte que sempre cito seu nome seu nome quando trato de relacionamentos. As pessoas que eu magoei e que ficaram furiosas comigo não me feriram tanto quanto você. Na verdade, quase ninguém me machucou assim.
Estou com raiva de você. Não por ter me falado que gostava daquele cara, já que tinha um gosto quase beirando a obsessão sobre aquele sujeito. Sempre falava dele parecia estar falando de deus! Sério! O problema é colocar mística nisso, falando que “ouvia uma voz”. Caramba! Eu sou professor de história e católico, e toda vez que trato sobre um assunto que envolve a Bíblia, eu separo a minha crença dos fatos. E quando envolveu a mística e magia no seu desejo por aquela pessoa... Isso me deixou furioso. E ainda estou. Isso foi infantil e tolo. Eu respeito outras fés ou crenças, mas quando alguém usa isso como uma muleta, para explicar seus atos... Isso me deixa puto.
A gente ama por que acredita nas pessoas. Pois amor, não é um sentimento. É uma promessa. Que pode ser difícil de cumprir. Acreditar em alguém, como um juramento, não é tão fácil quanto imagina. E eu te amei demais. Eu sonhava com você, em um dia me casar e morar contigo. Aqui ou aí em São Paulo. Porra, pensei em até um quarto onde eu desenharia e você faria seus ofícios. Pois como disse, eu respeito a crença alheia.
Mas ao perder a Kelly, eu notei que não poderia mais contar contigo. Que você traiu meu coração. Que não foi sincera comigo. Eu posso ter sido um idiota no começo do relacionamento com você, mas admito isso. Você crê que seu mundo de magia é perfeito, mas nada adianta ter uma crença se não a pratica no seu dia-a-dia. Quando cometo uma falha com as pessoas eu me entristeço. Já você, quando fica triste, ao invés te ir falar com um amigo, não! Vem falar com o sujeito que você tem certeza que ainda TE AMAVA! Eu te amava.
Sabe porque eu te tirei dos meus contatos no Face? Pois eu sabia que diferente de mim, que quando uma amiga foi espancada pelo marido, ou quando eu vi um mendigo passando fome, ou quando fui ajudar idosos, ou tentei salvar cães na rua EU AGI! Ama aquele cara? Vai atrás dele! Seja feliz! Ignore um cara que te amou! Mas ao menos seja sincera contigo! Pois, durante muitos desses fatos eu poderia ter morrido! E quem viria até mim? Mesmo eu fui inúmeras vezes a São Paulo quando precisavam de mim. Larguei trabalho pois precisavam de mim. Quando uma conhecida estava ferida ou quando um amigo perdeu o pai. Agora pare de viver em fantasia e combata de uma vez a realidade.
Sei que sua vida foi difícil, mas por Deus, a vida de quem não é.

Só volte a falar comigo quando: parar te negar a realidade e se decidir do que quer da vida. De preferência sem aquele cara. Mas se ficar com ele que seja feliz e nunca mais (LEIA BEM ISSO... NUNCA MAIS) me procure. Adeus."

domingo, 9 de julho de 2017

Eu te seguro: um texto sobre a morte

Eu nunca gostei da morte. Todo mundo a teme. Mesmo que um pouquinho, até Neil Gaiman não deve gostar disso.
Talvez seja, pois, a única certeza para todos é que vamos morrer. Não importa se somos crédulos ou ateus, formados em biologia, história ou matemática, ou que tenhamos conhecido vida alienígena. Você vai falecer assim como eu.
Somos uma casca. Só isso, um grande involucro. Não trato de alma ou carne. Mas de sentimentos. Falem o que quiserem, mas nossas emoções são a única coisa que sobra nesse mundo. São parte das lembranças que deixamos.
Ainda assim, não devíamos temer ela. E assim abraça-la. Nunca diria para todos perdermos a vida, mas sim nos conformarmos com seu abraço. Pois ela não é quente nem fria. É só alívio.
Parece mórbido e estranho, mas talvez compreendam com o que vou escrever. Sou uma pessoa que pode nunca ter chorado por parentes que pouco conheci, apesar de serem de grande relevância na minha vida. Contudo, choro por pessoas que conheci muito pouco tempo e que já fazem parte das minhas melhores lembranças.
Então, enquanto escrevo isso, saibam que estou cuidando da minha cachorrinha Kelly. Ela é uma vira-lata que deve ter parentesco com chihuahua, ou outra espécie pequena. Só que recentemente, em menos de uma semana, ela não consegue mais se manter de pé. Seus olhos estão inchados e vermelhos. Fica deitada o dia inteiro. Primeiro perdeu a noção de equilíbrio, depois caia sem motivo, até que agora, ela quase não se movimenta. Colocando seu pescoço para trás, nos deixando com medo. A mim e a minha mãe.
E nessa tarde, eu a segurei para colocá-la no sol. Como ela sempre gostava. Peguei Kelly e a deitei-a no quintal. Enquanto, fazia isso a acariciava. Me ocorreu um estalo. Por um pensamento de ajudar ela, eu a segurei para tentar ficar em pé. Não conseguia manter os pés de forma correta, mas não me importava. Só queria que ao menos nos últimos dias dela, ela pudesse fazer suas necessidades dela sem problema. Pudesse fazer aquilo sem a minha ajuda, mas coitada... Nem conseguia se erguer. Ainda que tudo isso não funcionasse eu mantive ela de pé falando “eu te seguro”. Mesmo que ela nunca mais ande, ou nunca mais fique brava comigo, ou nunca mais deite junto a mim e minha mãe, ou lata me atrapalhando nos meus desenhos, ou pense que é perigosa sendo a menor das minhas cachorras, eu a vou segurar. Talvez essa seja nossa única alternativa. Pois mesmo nos esforçando, nós sabemos que vamos perde-la.
Perdi muitas pessoas que amava, assim como animais. Ainda assim, continuando amando todos aqueles que estão ao meu redor, desde que esses sejam seres que ainda são importantes para mim. E quando até estes seres magníficos também me deixarem, eu também vou chorar. Pode ser para um ser pequenino como a Kelly, ou alguém enorme em coração e alma, como já ocorreu. Eu não me importo em me chamarem de chorão. Mas eu irei “segurar” estes personagens da minha vida. Ajudar essa passagem na vida delas. Que deve ter sido tão magnífica quanto a minha. No quesito que viveram com toda a vontade de seus espíritos. Com ou sem arrependimentos.

E quando for a minha hora, a derradeira, eu vou me “segurar”. Espero que alguém me “segure” também.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Legado

Meu futuro, presente e passado é viver solitário.
E até além disso, já estou conformado com isso.
Não completamente, ainda assim eu tento.
Eu não quero deixar um filho para que sofra como eu.
Com as rejeições e alegrias que eu tive.
Não vou iludir uma pequena face com minhas palavras.
Escute essas palavras que eu escrevo.
As batidas do meu coração estão nelas.
Um dia elas vão parar, de uma forma trágica.
E é preferível que ninguém sofra por mim.
Do que imaginar as pessoas que amo chorando.
Por uma carcaça que não mais me aguenta.
No meu enterro, só exista o rastro das minhas lágrimas.
Salvação e danação são a mesma coisa para mim.
Fui uma criança feliz e um amante tolo.
Como todo homem e mulher um dia tem de ser.
Mas nas horas mais negras, quando a solidão me tocava.
Bem no fundo dessa alma...
Não havia ciência, literatura ou matemática que ajudasse.
Nem a fé cega que muitas vezes eu carregava comigo.
E por incrível que pareça a única coisa que sobrava era eu.
Eu, apenas eu, forte e resistente passando por coisas que ninguém passou.
Sendo um monstro que poucos imaginam.
Pois se pudessem ler minha mente saberiam o quão cruel eu já fui.
E nunca foi por ter o orgulho ferido.
Era por que poderia fazer isso ileso.
Ao mesmo tempo que se ganha algo, se perde.
Sem ser uma troca equivalente, nunca é.
Existe em mim pelo menos, algo... Único.
Eu me importo.
Me importo com a intolerância dos outros a pessoas que não merecem ela.
Me importo com as pessoas que me amaram e que nunca me amaram.
Me importo com desconhecido sendo humanos ou não.
Me importo em não ferir um coração ferido, nem que para isso entregue o meu.
Quando eu fecho meus olhos, eu quero ver um mundo perfeito.
Porém, não há como. Pois eu o faço sempre quando posso.
Essa é a minha mensagem.
Ame quando parece impossível.
Crie quando a fúria lhe tomar.
Nunca destrua os sonhos de alguém.
Faça tudo isso, até que todas as estrelas caiam do céu.
Ou a humanidade deixar de pensar nas falhas dos outros menos do que nas suas.
Essa é a minha mensagem.
Seja um guerreiro.
Que não se orgulhe do seu nome.
Mas do que fez de bom com ele.
Seja um guerreiro.