sábado, 12 de março de 2016

Uma história para Vampiro (Anthony Bulgarelli)


Anthony Bulgarelli, ou Tohny como é comumente chamado, era filho de italianos que vieram para esse país atrás de um futuro promissor. E foi o que acharam. O pai se deu bem, abrindo um negócio de sapatos, tornando seu nome em uma marca famosa. O que fez Tohny aproveitar bem a vida com os estudos mais caros, e recebendo do bom e do melhor. E diferente de muitos filhos que se esbaldaram com o luxo e o dinheiro do pai, o jovem Tohny quis se afundar nos livros. Estudou os mais diversos temas da área de humanas: antropologia, filosofia, geopolítica, sociologia, economia, história e direito... mas nenhuma delas o interessou, pois o que o fez foi entrar numa sobre políticas publicas.
Seus estudos sempre batiam nas questões dos países de terceiro mundo. Seu interesse sempre foi as guerras civis, “as guerrilhas”, o que fazia seus amigos e parentes o ignorarem. Ele não entendia como muitos tinham conhecimento sobre os fatos e mesmo assim, ignoravam o que ocorria ao mundo, sempre dizendo “isso acontece do outro lado do mundo, não há porque nos preocuparmos”. Foi então que num ato de rebeldia, ele após se formar no curso, disse que iria partir em direção aos países da América latina, brigando com os pais. Esse não foi o pior que poderia ter acontecido, pensou ele, pois seus pais nunca o entenderam mesmo...
Com o dinheiro que lhe restava viajou por toda a América e conheceu muitas pessoas, seu sofrimento e sua força de vontade. Conheceu o Chile, México, Brasil, Argentina e Bolívia. Criou muitos inimigos e treinou muito para se proteger deles. Ao ponto de treinar artes marciais e manejar armas de fogo.
E através de seu conhecimento e sabedoria obtidos durante a viagem, ele foi convidado a se tornar professor de Filosofia Política numa faculdade de Los Angeles. Ele tencionava se candidatar a deputado.
Certa noite quando saia de seu escritório na faculdade encontrou uma jovem que dizia ser sua “fã” e queria debater sobre assuntos de um livro que escreveu. Eles debatem durante horas sobre os rumos políticos do país. Tohny se espanta com os conhecimentos que ela tem sobre a estrutura política dos país, as vezes citando até mesmo fatos como a Guerra da Secessão, quase com uma precisão – caso ele fosse formado em história – que poderia se disser que ela esteve lá!
Mais tarde, naquela noite, ao chegar próximo ao seu apartamento, o rapaz é abortado por uma figura com casaco e touca que o leva facilmente ao chão. Mesmo assim Tohny tenta se debater. Mas isso só piora a situação, quando o encapuzado tira touca revelando a face distorcida da moça com quem conversara a algumas horas e um poderoso conjunto de dentes brotando de sua boca.
A fome lhe veio rapidamente. A consciência não parecia nada a não ser um arremedo de piada na mente de Tohny. Ele gritava como um filhote de animal desesperado pelo alimento materno. Ele criou forças das trevas de sua consciência e caçou como um desesperado. Não queria atacar um inocente, era o máximo que pensava. Foi então que viu skinheads atacando um mendigo. Não pensou no bem estar do pobre homem, mas sim no seu, quando esmurrou a face do careca maior no chão e paralisou o menor, com seus punhos poderosos. Quando notou sua face estava ensopada com o sangue do neo-nazista. Ele mal sentiu quando mordeu o pobre coitado. Mas a sensação... ele nunca foi muito de se sentir alterado com prazer sexual, mas aquilo batia de longe qualquer transa que tivesse tido até então. “Orgasmos múltiplos”, ele diria.
Mas o outro ainda estava vivo. E apesar da cara esmigalhada, corria muito bem – ou melhor andava como um mendigo – e iria falar a alguém sobre aquilo. Isso poderia ser péssimo para Tohny, afinal nem ele imaginava como explicar aquilo, o que ocorreu e qual o motivo de ter matado um homem, independente de quem fosse. Sua vida como professor estava arruinada se aquele homem o entregasse.
Quando Tohny achava que teria perdido o homem de vista, que aproveitou o ataque ao companheiro pra correr o máximo possível, só viu a jovem novamente com o braço estendido, agarrando a cabeça do skin. E com a força do outro braço simplesmente, quebrou o pescoço do careca.
-E então? Vai ficar ai parado, enquanto esse lixo apodrece nas suas mãos? Ou agora que já fez um favor a sociedade vai aproveitar e voltar comodamente pra sua casa? Eu te dei uma chance única de mudar o mundo seu filho de papai revoltado. Agora você faz partes daqueles que tem um ideal de verdade, acima de todas as coisas... agora vamos logo esconder esse corpos...
A pós-morte
Ele tenta até hoje se adaptar aos fatos de sua nova família, (a Camarilla, não os Brujahs) mas é tudo novo para ele: sua mentalidade, ainda voltada para o mundo mortal, o faz confundir varias coisas, até mesmo os nomes dos clãs, – exceto logicamente os nosferatus – mas isso não o deixa deprimido, tentando compreender o novo sistema em que esta envolvido. Incluindo o fato que no começo, achava que a Camarilla poderia transformar o mundo para todos.
Isso até o atentado.
Quando estava voltando para o refúgio de sua senhora, viu um grupo de Sabás atacando um homem na rua. Sabia que eram do Sabá pois tinham traços únicos que sua mestra o fez decorar. Foi então que fez o impensável: atacou os três cainitas com toda a força possível. E num momento de fúria atravessou a rua, atingido os dois primeiros, fazendo eles caírem no chão. Mas havia o líder, que apontava uma glock em sua direção. Porém a sorte lhe sorriu. E arma foi retirada num golpe rápido do Brujah. E nesse mesmo momento Tohny usou toda sua força atravessando o homem, que então ele notou, tinha uma estranha cicatriz na testa...
Acontece que o homem em questão era um homem de grande influência entre as fúrias (nome comum aos Salubri) e o homem a quem protegeu era o príncipe em pessoa. O que repercutiu na cidade, dando prestígio a Tohny e obrigando ao principe a lhe dar algo em troca de tamanha bravura. Foi assim que Tohny obteve um domínio para si.
A área em que vive hoje em dia é cheia de vitimas para se alimentar, mas seus alvos prediletos são skinheads ou punks arruaceiros. Em alguns casos, políticos também. Muitos brujahs não gostam de sua atitude perante os punks mas sua reputação e seus atos contra skins e políticos ainda o deixa nas graças dos mais novos. Os ançiões o olham com orgulho e temor, pois no horizonte existem aqueles no Sabá que querem sua força e devoção para si. Pois um soldado como esse, que ainda segue ideais antigos, com uma visão de tempo atual, é rara.
E Tohny sabe agora, que ele é só uma peça nesse xadrez. E ele quer se tornar algo acima disso...
A senhora de Tohny se chama Pamela Rodriguez Puenta. Ela parece descender de mexicanos, apesar do cabelo loiro. Possui uma neorme tatuagem nas costas que mostra alguns sinais de ocultismo. Ela parece ter entre 15 a 16 anos, apesar de ter uma face que destoa completamente dessa idade, pela malícia em seu olhos.
Ela é um membro influente entre os Brujahs. Muitos chegam a chama-la de “Joana D'arc Chicana”, título que odeia mas merecido, quando se sabe sobre seu número de mortos em combates...
Como todo Brujah, Pamela acredita ter encontrado em seu seguidor o que tanto alguém, como ela, almeja: um líder poderoso, que precisa melhorar, mas esta no caminho certo e que não fará distinção entre os cainitas, podendo talvez trazer paz ao inferno que Los Angeles se tornou.

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