sexta-feira, 12 de junho de 2015

Fragmentos de Contos - O filho do mago: Lucius


Ele se feriu. Pouco, mas ainda era uma criança. Chorava como um filhote que perdeu a mãe, alguns garotos de Van Sirian falavam. Seu joelho sangrava pouco, ainda assim, isso é o bastante para várias risadas cruéis e malignas dos jovens, que eram filhos de camponeses. Nem sempre isso era possível.
Pouco tempo depois, o barão daquele lugar havia chegado. Estava montado em um corcel de pelos castanhos. Ele deixou sua montaria e dispersou todos ao redor. Era possível notar que seus cabelos vermelhos estavam jogados para trás. Diferente de seu passado em que colocava os cabelos para cima. Tinha uma capa feita com um belíssimo couro trabalhado. Um broche o prendia com a forma de um lobo negro. Ele fitou aqueles que ridicularizaram seu filho. Surgiu silêncio. Dessa vez ele queria que ficassem quietos. Não por se achar superior e sim por ser um pai zeloso.
Em seguida, agachou-se e olhou para a criança chorona dizendo que não era nada. Carregou o rapaz, colocando-o em cima do cavalo. Subiu então, em um só salto. Por fim, fez com que ele atravessasse o lugar como um raio.
O garoto, sem o pai pedir, falou qual motivo para aquele ferimento. O líder dos garotos estava machucando um cão da vila. Um mero animal. Ainda assim, algo que não poderia deixar impune. Lacktum disse o que era esperado: justiça sem a força adequada não significa nada. E quando não se tem a força suficiente, o jovem perguntou.
-Filho, o mundo que conhecemos não é justo. Pode até fazer o bem para várias pessoas. Ainda assim, não receberá nada em troca. E não é algo que estamos acostumados. Nós queremos der uma recompensa. Até você. Mesmo que não note.  Seja para si mesmo, um amigo, a família, um amor, um deus, um bem maior... Não importa sempre nos importamos conosco. O que nos difere dos egoístas é que ao invés de vivermos reclamando... Nós mudamos o mundo.
O garoto sentia aquele vento frio, enquanto continuavam a cavalgar. Olhou para o pai com confusão.
-Meu pai... Eu não sou forte como o senhor. Nem treinado nas espadas como mestre Tzorv. Muito menos controlo a natureza como o metamorfo Naara, brinco com o vento igual a Tom ou curo feridas na pele da mesma forma do monge Arctus. Que dom eu tenho em fazer algo? Nenhum! Só tenho oito anos
Lacktum sorriu com a expressão do filho enquanto mantinha o cavalo no caminho do castelo, que um dia foi dos Hein Hagen.
-A idade não faz diferença meu progênito. Quando se quer algo de verdade você pode até mudar a realidade do universo. Porém, antes de desistir... Primeiro tente começar meu querido! O melhor que devo fazer é lhe contar uma história. Sobre alguém que nunca lhe falei. Um dia você possuiu um tio...
E assim, um dos filhos de Van Kristen se tornaria mais um arcano nesse mundo.

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